
Eu sou a Erica!
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O que se passa na sua cabeça ao ouvir a expressão Personal Branding?
Até pouco tempo atrás eu mesma não sabia o que era isso. Branding – ok, já trabalhava com isso, mas o conceito de personal foi que deu um certo nó na cabeça. Como um branding pode ser pessoal?
O estalo veio quando estava assistindo a uma série japonesa (que nada tem a ver com personal branding…) na Netflix. Trata-se de Switched, série baseada em um mangá homônimo. Quem me conhece, sabe que sou aficionada da cultura japonesa e não é nem um pouco estranho me ver assistindo doramas e animes e repetindo as palavras em japonês.
Switched conta a história de duas colegiais japonesas chamadas Ayumi e Zenko que são completamente opostas. Ayumi é linda no padrão japonês de beleza. É popular, têm muitos amigos, vai bem na escola, mora em uma casa linda e espaçosa com seus pais e agora acaba de começar a namorar seu amor de infância. Já Zenko é gordinha, não vai bem nos estudos, não possui amigos, vive num apartamento minúsculo e bagunçado com sua mãe seca e até violenta e sofre com o bullying constante dos colegas.
Por sentir vergonha de suas bochechas enormes e suas espinhas, Zenko usa o cabelo para cobrir o rosto e o resultado é obviamente desastroso – a garota acaba ficando com um ar até mesmo assustador, o que não a ajuda muito a fazer amigos (pior ainda arrumar namorados…)
Zenko tem inveja de Ayumi por achar que ela tem uma vida perfeita. É então que ela descobre um ritual extremamente perigoso, mas que a fará trocar de corpos com Ayumi e assim finalmente conseguir ter a vida dos sonhos, longe do bullying e do ódio e rejeição a si mesma.
A princípio, o plano de Zenko funciona. Ayumi acorda no corpo da colega e se desespera por não saber o que está acontecendo, enquanto Zenko começa a desfrutar das vantagens da vida da outra garota. Porém, ambas as situações não duram muito tempo. Tentando se adaptar à nova realidade, Ayumi consegue o apoio de Kaga, um amigo de infância que logo percebe a troca, uma vez que ele conhece a garota como a palma da mão. Enquanto não consegue voltar pra seu próprio corpo, Ayumi tenta melhorar sua realidade: ela passa a pentear o cabelo, usar presilhas bonitinhas para manter a franja longe do rosto, melhorar suas roupas e principalmente sua atitude.
Logo, Ayumi no corpo de Zenko consegue chamar uma atenção positiva pra si mesma que Zenko nunca havia imaginado ser possível. E para ela, as coisas começam a ficar difíceis quando seus colegas começam a achá-la “estranha”, como tendo um comportamento não típico da Ayumi que todos conhecem. E esse é um ponto muito importante levantado pela série:
Segundo a especialista Juliana Saldanha, Personal Branding:
“Significa você gerenciar a sua identidade, posicionamento, sua mensagem, propósito e experiência que promove ou quer promover ao outro. É você ter controle da sua reputação sendo você mesmo. Com suas falhas, forças, personalidade e espontaneidade.”
Quando não sabemos qual é a rocha sobra a qual construímos nossa identidade, fica fácil mandar às pessoas ao nosso redor sinais errados sobre quem somos e a forma como permitimos nos ser tratados. Zenko praticamente aceitava o bullying dos colegas (e às vezes até de professores) por achar que merecia devido à sua aparência. Muitas vezes, esse “achismo” é inconsciente. Ele pode vir de uma visão derrotista da vida e das pessoas.
Entretanto, quando Ayumi se recusa a aceitar os problemas da vida de Zenko é quando as coisas mudam. Ayumi contesta a forma como é tratada e utiliza sua personalidade expansiva e amigável para convencer seus colegas de que ela era uma ótima companhia e uma pessoa pra se ter como amiga.
Ayumi sempre soube bem qual é o conjunto de traços de personalidade e habilidades que fazem dela ela mesma. Independente da aparência, Ayumi continuava sendo Ayumi.
Juliana Saldanha
2 comentários em “Personal Branding e séries japonesas: as lições de Switched”
Olá Érica, Ale aqui! Obrigada por seu texto! Adorei de novo!
Muito obrigada!